Além das coordenadas da estética urbana, determinadas pelo urbanista e da arquitectura dos edifícios parques e jardins, os elementos e características dos equipamentos e mobiliário podem influenciar e afectar profundamente o panorama urbano. Mal projectados ou dispostos arbitrariamente, podem chegar a inutilizar vários espaços públicos, ocultar a mais bela arquitectura ou desconfigurar as linhas e conceitos que o urbanista imaginara na intervenção de um determinado espaço.
“O mobiliário dos espaços urbanos é reduzido à sua expressão mais simples.” (Amaral; Santa-Barbara, 2002: 15)
O “bom design” do espaço urbano deriva de um entendimento sistemático e cuidado do lugar e do contexto ambiental, cultural, social, económico e politico. Para tal, é necessária uma análise aos factores de carácter dinâmico (padrão de movimento de pessoas e veículos) e carácter estático (características físicas do ambiente). Assim, no desenho do espaço e equipamento público é necessário ter em conta aspectos como a valorização do património arquitectónico e urbanístico; recuperação do comércio tradicional; recuperação das áreas urbanas degradadas; a identificação da cultura urbana e também corresponder às expectativas dos utilizadores, tendo em consideração a função de um objecto ou equipamento de modo a estabelecer o material e dimensões a usar ou a necessidade de multifuncionalidade.
Nos dois primeiros exemplos acima evidenciados, denuncia-se a falta de planeamento e adequação entre o equipamento urbano e o espaço público envolvente, não respeitando alguns dos parâmetros a ter em conta na concepção destes equipamentos e espaços, nomeadamente a disposição ou local de implementação, levando á limitação e inutilidade dos espaços urbanos.
No terceiro exemplo, denota-se uma clara preocupação, adaptação e homogeneidade entre o equipamento e o espaço público, quer pela organização e disposição dos elementos no terreno (permitindo a livre circulação e mobilidade das pessoas), quer pela combinação entre os vários equipamentos (bancos, floreiras, candeeiros) e o espaço envolvente.
Mobilidade | Acessibilidade
Design Inclusivo
No projecto ou intervenção dos espaços ou equipamentos públicos deve, também, ter-se em atenção a acessibilidade (física e social) a todos os grupos da população e estar preparados para responder às necessidades das pessoas com mobilidade reduzida (idosos, crianças, invisuais, pessoas que se deslocam em cadeiras de rodas, etc.). Neste aspecto é essencial que se considerem soluções que evitem a criação de barreiras arquitectónicas; promovam a definição de alinhamentos/enquadramentos através do mobiliário urbano, por exemplo; estabeleçam a separação entre redes de circulação; prevejam a delimitação de espaços ou ainda soluções que suprimam os declives acentuados no acesso a locais.
Neste exemplo é retratado um plano destinado a organizar, melhorar e reforçar a acessibilidade e mobilidade numa rua da cidade de Namur, Bélgica. Para tal foram considerados aspectos como a separação da via circular automóvel e pedonal através da colocação de postes ao longo da via; a supressão de equipamento urbano e elementos que condicionavam a deslocação e na via pedonal, implementando-se outros que facilitam a mobilidade de todas as pessoas e ao mesmo tempo valorizam o panorama visual da cidade.
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